quinta-feira, 26 de junho de 2008

DVD



Acidentalmente localizei no Youtube um clip com cenas deste filme, fiquei um misto de escandalizado e curioso e comecei a procurar por mais, não satisfeito passei a garimpar por algo no Shaeraza e no Google, acabei baixando o filme, assisti, assisti de novo, e então passei a procurar por opiniões na rede, eis algumas palavras que tomarei por minhas, postadas no Flixter pelo Vítor Szerman: O filme trata do polêmico relacionamento entre um soldado canadense e um garoto holandês.

Há algum tempo, ao comentar sobre o "Morte em Veneza", eu fiz uma alusão a "Lolita", comparando os dois filmes. "For a Lost Soldier", apesar de ter muitos pontos de contato com os outros dois filmes, para mim, aproxima-se mais de "Fale com ela", do Almodóvar.

A "pedofilia" (entre aspas porque é conceituado como um desvio, o que não me parece ser o caso em questão) é um dos maiores tabus da sociedade. Partindo do princípio que um menor de idade não possui maturidade para a prática de atos sexuais, nem força física para se proteger de eventuais abusos ou sequer discernimento para perceber a verdadeira intenção de um parceiro, a sociedade execra a conduta de um maior de idade se relacionando com um menor. Faz sentido na enorme maioria dos casos, obviamente, mas não me parece ser algo que possa ser tido como absoluto.

No filme, para começar, a diferença de idades entre o soldado canadense e o garoto não parece ser algo enorme. O garoto deve ter por volta de 12 ou 13 anos. O soldado, por sua vez, não passa de 21. O filme é preciso ainda ao mostrar que, antes de conhecer o soldado, o garoto já se encontra em fase de descobertas sexuais.

Outra coisa que torna o filme mais delicado é o fato de o soldado não forçar o garoto a absolutamente nada. Todo o breve relacionamento entre os dois ocorre da maneira mais natural e sedutora que se possa cogitar. Além disso, o relacionamento não provoca traumas no garoto. O que se vê é a manutenção do affair como uma das boas lembranças da vida. E, convenhamos, do jeito que a coisa é mostrada, não há que se duvidar. Pode parecer absurdo, mas o filme é de uma ternura impressionante e não ganha ares pervertidos em momento algum. Quando isso ensaia ocorrer, o espectador percebe se tratar do velho caso de projeção de seus valores (e preconceitos) nos atos dos personagens.

O único porém do filme é a curta duração, que acaba por deixar uma impressão de que tudo se deu de forma breve demais e que poderia ter havido um maior desenvolvimento do tema. No entanto, acho que a duração é fiel ao que eles pretendem mostrar. O filme é tal qual o relacionamento do soldado com o garoto: rápido, delicado, espontâneo e sem maiores valores morais agregados. O resto fica por conta de quem assiste. Prolongar a história talvez fizesse a coisa perder o que tem de mais importante: o encanto.

Vítor, concordo com tudo! Gente, não percam a oportunidade de assistir!

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