E agora José? DST's a solta!!!

Sabe, nunca me considerei um puritano, MUITO pelo contrário, I'm a bitch!!! 98% dos meus pensamentos e instintos deixariam corados Rocco Siffredi e Cicciolina. Mas mesmo nos meus anos de fúria em que o ID comandava o Ego e o Superego que se fodesse, nem lá eu fui estúpido ou idiota. E olha que eu estou falando dos 80's, onde a farra era da boa!!! Houve um dia, que em outra ocasião conto em detalhes, em que amanheci ao lado de cinco garotos, todos na mesma cama, e nús! Naquele dia, ou melhor, durante aquela noite gozamos horrores!!! Ninguém foi de ninguém! Um detalhe interessante: ninguém caiu de boca em ninguém, ninguém penetrou ninguém, ninguém engoliu nada de ninguém. Parecíamos um grande polvo, poderíamos ser confundidos com Kali a furiosa deusa de dez braços. Beijamos muito, acariciamos muito, curtimos demais, ai como foi bom! Parece meio bucólico né? Mas caras, o negócio é o seguinte, éramos muito jovens e tínhamos medo de tudo. Nós tínhamos fogo nas entranhas, mas morríamos de medo de pegar gonorréia, Deus nos livre da sífilis e afaste o cancro de nós! Por mais que fôssemos hiper ativos sexualmente, não havia diálogo com os pais e professores, nem todos podiam contar com um médico de confiança da família, não existia internet, e as publicações mais ousadas eram absolutamente proibidas para nós. Tudo que sabíamos provinha das conversinhas no pátio da escola, das fofocas e fuxicos: "...soube que fulano tá com chato e beltrano pegou gonorréia.... QUE NOJO!!!". Nós não tínhamos acesso a informações e morríamos de medo das reações dos pais e amigos. Entendam bem que não estou a dizer que nossa inocência e pavor nos mantinham imunes ou que não existiam casos de contágio, nada disso, tão pouco quero passar a idéia de que éramos anjos inocentes, Não quero desculpar as loucuras dos anos 80, mas é fato que muitos que se contaminaram nem faziam idéia do que estava acontecendo. Entre '85 e '88 deu-se o grande "BUM!!!" da AIDS. Em 1988 perdi o primeiro amigo para o vírus. Entramos em pânico geral, era possível ouvir histórias sobre pessoas que se contaminaram sentando no banco do ônibus logo após outro ter levantado...
Porque senti necessidade de tocar nesse assunto agora? Well, eu explico: Estava a conversar banalidades com um colega de escola, durante o intervalo de ontem e acabamos falando sobre álbuns do orkut, ele começou a comentar sobre meu álbum do carnaval passado, que foi ótimo, e daí para o relatório geral de peripécias foi um pulo. E conta isso e conta aquilo, chegamos no assunto sexo. Ele me bombardeou com perguntas, pois o que mais aparecia nas minhas fotos eram meus amigos com peitos, coxas e malas fabulosas a mostra. Ele simplesmente não acreditou que não transei com nenhum, que fui fiel ao meu namorado e que foi com meu namorado que gozei fartamente durante os festejos de Momo. Então em tom zombeteiro e orgulhoso de quem ganhou uma competição ele me fala que ficou com 46 homens diferentes durante o carnaval... Que chupou, foi chupado, comeu, deu, a dois, três... que quando via tinha uma língua nova no pedaço. "E teu namorado???" perguntei apatetado, "Sei lá! Se ele aprontou alguma não me contou, eu é que não conto nada também!" continuei "Mas você se cuidou ao menos?" "Como assim?" "Camisinha santa!" "E dava tempo? Teve um que quando ví já tava dentro..." A partir desta frase já não ouvi mais nada direito, nem sei explicar o que estava sentindo. Hoje temos campanhas preventivas divulgadas em todos os meios de comunicação, ainda que não vejamos tv, tem o jornal, tem o rádio, se não curte, tem a internet que está cheia de informação, hoje os papinhos e fuxicos no pátio da escola são bem mais ricos! Todos sabem os riscos que correm ou que impõem aos outros. Ninguém mais pode se dar ao luxo de dizer "Eu não sabia!". Como falei no início, não sou santo, não sou mesmo, não quero parecer e não sou hipócrita. Mas gente, dói ouvir da boca de um menino de 21 anos, que vive em uma capital, que estuda em uma excelente faculdade, que tem acesso aos mais variados veículos de comunicação, que tem um namorado, que "quando viu o cara já tava dentro..." Como assim? Gentem!!! Foram 46 estranhos em cerca de 10 dias!!! Na minha época nem sabiamos onde e com quem adquirir camisinhas, hoje podemos comprar na padaria da esquina, assim como quem compra um Plets.
Desculpem o desabafo, o negócio é o seguinte: eu me amo demais para concordar com um ato suicida desses. Tudo bem que chato não mata e uma única injeçãozinha acaba com a gonorréia, mas e AIDS meu irmão? E a Aids?
Gostaria muito de ouvir opiniões, quero me certificar de que não estou virando uma titia velha neurótica e implicante... Fica a dica, pra maiores esclarecimentos sobre o assunto, visitem: http://www.dst.com.br/