Pior é que quando a gente se dá por conta já aconteceu! Era pra ser só mais um final de semana com a turma, mas... maldito whisky! OU SERIA BENDITO?!!! Fui com o pessoal curtir a noite no trapiche da Praia do Bom Abrigo (Florianópolis), juntou a maior galera, todos nativos, o clima tava muito gostoso, uma brisinha, o Sandrinho com o violão, muitos sorrisos, gargalhadas... e de repente ele apareceu. Um homem feito menino, um cavanhaque entre covinhas de bochechas rosadas, e os olhos? Cabelos raspados, blusão de moletom branco largado com jeans. Ah como cheirava bem! Era doce e picante ao mesmo tempo. Nem pisquei e a gente se beijou, ali na frente da todos, era como se fôssemos apenas três: eu ele e o mar. Trocamos carinhos tão leves, mas tão profundos. Nossa... O mais louco disso é que nunca tínhamos trocado mais que inocentes olhares, aqueles em que a gente nem vê nada, nem percebe e é claro, o fato de ele nunca ter ficado com um cara antes. Ninguém zoou, nadinha, mas o choque foi geral, ninguém nunca imaginou aquela cena, acho que nem ele, pelo menos nunca passou pela minha cabeça. Comentei hoje com a Chalene que o mais gostoso foi que essa nossa primeira vez teve um sabor de cumplicidade, aquela que só os casais jubilares tem, sabe? Era como se conhecessemos o corpo um do outro como a palma da própria mão, como se soubessemos os gostos, se já fossemos um só desde a eternidade. Ah maldita flecha do amor! Sentí-me qual Marília de Dirceu (Tomaz Antonio Gonzaga)... Mas como nem tudo é rosa: nosso lance virou manchete, todo mundo tá comentando. Estou me sentindo mal, não por mim, sou livre, dono do próprio nariz, independente, mutante convicto, gay assumido, mas ele... well, com ele as coisas são um pouco diferentes, eu fui seu primeiro e logo assim, público, a ex-namorada dele (atual Gata Band FM da minha região) me olha como se pudesse por fogo em mim, a mãe dele, bom, como diz minha amiga copélia "Prefiro não comentar!" Pois é... a mãe dele nos viu juntos...
Ah!!! Com todos os diabos e cruz-credos, nem quero saber, vou gritar que o amo e dane-se o mundo!!! E ele? Bem... sei que sente algo forte também, que também se importa, hoje quando nos vímos ele apertou tão forte minha mão...
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